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Drogas causam 20% dos acidentes de trabalho no mundo, diz OIT

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Um em cada cinco acidentes de trabalho é provocado pelo consumo de drogas, segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentado na Academia de Ciências Médicas de Bilbau, na Espanha.

A pesquisa, divulgada na palestra "Consumo de drogas, álcool e medicamentos no trabalho", indica que os sectores profissionais com as maiores taxas de acidentes são os de relações públicas, comércio e construção.

O estudo baseia-se na investigação de 38 empresas dos Estados Unidos, Europa e Ásia durante os últimos cinco anos.

"O antigo conceito do viciado relegado para a rua está completamente desfasado. Neste momento, em todo o mundo, 67% das pessoas com algum tipo de dependência química estão integradas no mercado de trabalho, e algumas com sucesso", disse na palestra o psiquiatra Jerônimo San Cornélio, presidente da Academia de Ciências Médicas de Bilbau e um dos autores da pesquisa.

De acordo com o relatório, entre 15% e 25% dos acidentes de trabalho diários ocorrem no local onde os profissionais exercem as actividades ou em "itinerário" (deslocamento) pela impossibilidade de manter os reflexos.

Essa incapacidade de concentração e coordenação é provocada, dizem os especialistas, principalmente pelo consumo habitual de álcool, cocaína, maconha, heroína e remédios para controlar a ansiedade em profissionais numa faixa etária entre 20 e 35 anos.

Segundo o psiquiatra espanhol, três razões fundamentais induzem um profissional qualificado a manter o hábito de se drogar: a atracção pela substância, a fisiologia de cada indivíduo e a pressão social.

"Numa sociedade onde pesa a ideia de que só os mais preparados alcançam o sucesso, uma pessoa com problemas de autoconfiança procura estímulos externos. Neste aspecto a consumidora acaba vítima de si mesmo."

Sobre o perfil do trabalhador viciado, os homens são a maioria: 75% dos casos de acidentes relacionados com o consumo de drogas são verificados entre profissionais do sexo masculino e 25% do sexo feminino.

Mas o relatório da OIT indica que a diferença está a diminuir. Na década passada os homens eram 90% dos envolvidos, contra 10% de mulheres.

Entre as características que mais delatam problemas no ambiente de trabalho relacionados com o consumo habitual de drogas estão atitudes de nervosismo, irritabilidade, falta de concentração e excessivos pedidos de dispensa.

Segundo Jerônimo San Cornélio, "um trabalhador que se droga com frequência normalmente duplica a média de dias de licença".

O psiquiatra defendeu o sistema de algumas empresas que aplicam testes anti-droga para funcionários que aspiram a altos cargos. "Todos somos livres para consumir o que quisermos, mas o local de trabalho envolve responsabilidade sobre os demais profissionais", disse.

Para o médico especialista em toxicomania, não há sectores profissionais que escapem do âmbito do consumo.

Pioneiro no tratamento de médicos viciados, o especialista disse que "as drogas estão em todas as classes sociais" e que estejam, portanto, "em todas as (classes) profissionais é uma simples questão de lógica".
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