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As medidas de controle são fundamentais tanto da Segurança do Trabalho quanto da Gerência de Riscos, existe uma hierarquia definida para implantar essas medidas, essa hierarquia é a ordem que deverá ser seguida para definir o controle após identificar os perigos e avaliar de riscos.
Mas o que é Perigo e Risco?
Quando falamos em controle dos riscos no ambiente de trabalho automaticamente vem em mente fornecimento dos EPI's e os EPC's, isso é um erro comum praticado nas empresas. Para acabar com esse pensamento de que existe apenas duas opções para solucionar esses problemas (EPC e EPI) segue abaixo a hierarquia que deverá ser seguida para a eliminar ou minimizar os riscos:
Na OHSAS 18001:2007, além de explicitá-las no item de Controle Operacional, faz-se necessário hierarquizar as medidas mencionadas acima, sendo:
►Eliminação;
►Controles de engenharia;
►Sinalização e controles administrativos;
►Equipamento de proteção individual (EPI).
Como mencionado, o que se vê em boa parte das organizações é simplesmente a entrega de EPIs, que seria a ultima opção, ainda muitas das vezes sem o treinamento e as condições de guarda e conservação necessário para que o equipamento seja eficaz. O empresariado supõe que "seja mais barato comprar o EPI a gastar dinheiro" com outros controles.
O uso de EPI, desde que feito de maneira correta, é eficiente; porém, não é recomendável que tal seja a única alternativa. O trabalhador pode utilizá-lo de maneira incorreta (ou simplesmente não usá-lo "por achar que incomoda", "é feio", etc.), o equipamento pode não estar disponível quando necessário, entre outros motivos.
Voltando para a hierarquia das medidas de controle, ela define que os controles mais efetivos são os que estão no topo da pirâmide, ou seja, em primeiro lugar devemos pensar em ELIMINAR o risco através da SUBSTITUIÇÃO, segue abaixo a explicação de cada item:
1) Por exemplo: usando solvente inflamável para limpeza, outro exemplo: operando uma maquina antiga que gera muito ruido.
► ELIMINAÇÃO: Eliminar o risco diretamente na fonte geradora.
- Eliminar um produto químico que pode ser substituído por um menos agressivo, porque não usar sabão com água para a limpeza e depois completá-la com jato de ar seco;
- Substituir uma máquina ruidosa por uma que gere menos ruído.
O que deve se pensar nesse item é se realmente esse produto ou essa máquina é essencial para o processo, já vi varias empresas usar equipamentos perigosos que foram substituídos por outros que não geram nenhum risco para o trabalhador, ou até mesmo eliminaram o equipamento que não faz falta para o processo.
►) ENGENHARIA: Controlar os riscos através de projetos de engenharia, esta fase nós ainda temos o risco porque nós não fomos capazes de eliminar.
- Instalar um sistemas de ventilação/exaustão para realizar a limpeza dos materiais e equipamentos com produtos químicos, assim todo a odor, gases e vapores gerados serão imediatamente removidos;
- Enclausurar a máquina para que seu operador esteja realizando suas atividades nas suas proximidades.
Sempre que um processo for essencial para a empresa e o mesmo deverá ser mantido a engenharia deverá entrar em ação protegendo as pessoas.
►) ADMINISTRATIVO: Administrar o risco na prática de trabalho não protege os trabalhadores dos riscos, mas podem torná-los mais antenados sobre os perigos.
- Elaborar APR;- Elabora Permissão de Trabalho;
- Treinamentos e conscientização;
- Placas de advertência;
- Reduzir a exposição do trabalhador ao risco, através de rodízios para operação;
- Reduzir a quantidade de produto químico utilizado na limpeza, em um processo utilizavam um produto corrosivo para limpar o verniz e tintas, porém, foi feito um teste e descobrimos que o produto misturado com água na proporção de 50% de água e 50% do produto fazia o mesmo efeito de limpeza e se tornava menos corrosivo, então foi padronizado essa diluição reduzindo o risco.
Cuidado com esse item porque vai depender muito do comportamento humano, apesar de toda identificação e conscientização ainda haverá probabilidade de erros.
►) EPI: Tornar obrigatório o uso do EPI, que vem em ultima opção, entregando e treinando, pois eles precisam estar aptos a selecionar o EPI correto, como usá-lo e sobretudo usá-lo de forma adequada.
- Protetor auricular;
- Bota de segurança;
- Óculos de segurança;
- Luvas;
- Mascaras respiratórias;
- Etc.
Fornecer o EPI é assumir que o risco existe e que o mesmo não está sob controle, mas dificilmente você vai conseguir viver sem eles, então utilize-os mas de forma correta, tente as demais formas de controle, se não tiver jeito forneça o EPI que é a nossa última opção.
Tudo que foi explanado aqui fica evidente no item 15.9 do PPP, na primeira pergunta:
"Foi tentada a implementação de medidas de proteção coletiva, de caráter administrativo ou de organização do trabalho, optando-se pelo EPI por inviabilidade técnica, insuficiência ou interinidade, ou ainda em caráter complementar ou emergencial?"
Bem simples a resposta, hoje o mais fácil é fornecer o EPI, mas de acordo com a Hierarquia ele é o último item a ser pensado, então o correto é provar que os demais itens são tecnicamente inviáveis antes de fornecer os EPI's, tem que registrar essa inviabilidade técnica e não apenas dizer que é inviável.
A inviabilidade técnica pode ser obtida através de relatórios e parecer técnico assinado por profissionais habilitados.
Fonte: http://gustavobalcantara.blogspot.com.br/
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